Saiba como foi o resgate de criança que caiu em Cânion no RS

Na tarde dessa quinta-feira (10), uma menina de apenas 11 anos foi encontrada com vida depois de cair de um dos paredões do famoso Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, na Serra Gaúcha. A queda aconteceu por volta da uma da tarde, num ponto turístico bastante visitado, mas que infelizmente ainda carece de estrutura básica de segurança. A garota, que tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), se afastou dos pais e acabou despencando numa área sem nenhuma proteção.

Segundo informações divulgadas por veículos locais e por quem estava próximo do local no momento, tudo aconteceu muito rápido. A menina teria corrido por instinto, como costumam fazer algumas crianças com TEA em situações de excitação ou ansiedade. O pai dela, percebendo o movimento, até tentou correr atrás, mas não deu tempo de evitar o pior. A queda foi num trecho que não tem guarda-corpo, coisa que, sinceramente, já devia ter sido resolvida pelas autoridades há anos, considerando o fluxo de turistas e o risco envolvido.

A partir daí, começou uma verdadeira operação de guerra. Foram acionadas equipes dos bombeiros de Cambará, Gramado e Canela, além de um helicóptero da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. O resgate, que contou também com profissionais experientes em trilhas e salvamento em áreas de risco, precisou de cordas, técnicas de rapel e muita paciência. O local era de difícil acesso, com vegetação fechada e terreno cheio de pedras soltas.

O capitão Pedro Sanhudo, do Corpo de Bombeiros de Gramado, que coordenou toda a ação, falou à imprensa logo depois. “Foi uma operação extremamente delicada. A gente lidava com tempo limitado, riscos pra equipe e uma criança em situação vulnerável. O uso do helicóptero e do rapel foi fundamental. Sem isso, talvez não tivesse dado tempo de chegar a ela em condições seguras”, explicou o capitão.

A menina foi encontrada ainda consciente, o que já é um milagre por si só, levando em conta a altura do penhasco e o tipo de solo. Tava ferida, claro, mas estava viva e lúcida, segundo os relatos iniciais. As equipes médicas fizeram os primeiros atendimentos no próprio local, pra estabilizar o quadro dela antes do transporte. Ela foi levada pro hospital mais próximo, mas até o fechamento desta matéria, não haviam divulgado o estado completo de saúde — o que se sabe é que, apesar dos machucados, ela resistiu bem.

Esse acidente reacende a discussão sobre a falta de estrutura e segurança em pontos turísticos brasileiros. O Cânion Fortaleza, apesar de ser uma das belezas naturais mais impressionantes da região Sul, ainda apresenta falhas sérias em sinalização e segurança, especialmente em trilhas muito visitadas. Muitos visitantes já relataram a ausência de guardas, falta de informação e acessos perigosos sem qualquer tipo de proteção.

A comoção na cidade e nas redes sociais foi grande. Muita gente de Cambará e arredores ficou acompanhando o resgate em tempo real, com orações, mensagens e apoio à família da menina. Inclusive, moradores locais relataram que casos de risco nesse mesmo ponto já tinham acontecido antes, mas que “nunca vira coisa tão grave como essa”.

No fim, apesar de tudo, o saldo foi positivo. A menina tá viva, recebeu atendimento e agora a torcida é por uma recuperação completa. Mas fica o alerta: se nada for feito, o próximo acidente pode não ter o mesmo final feliz.