Neste sábado, dia 5 de julho, Manoel Marins, pai da jovem Juliana Marins, voltou a se pronunciar nas redes sociais. Ele publicou um desabafo comovente nos stories do Instagram, agradecendo o apoio que tem recebido desde o trágico falecimento da filha. Juliana, que tinha apenas 26 anos, morreu após sofrer uma queda enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, localizado na Indonésia.
“Ontem, finalmente, conseguimos sepultar o corpo da Juliana, nossa filha amada. E eu quero agradecer a todos que nos ajudaram de alguma forma, a todo o povo brasileiro, a todos que ecoaram nossas dores, nossos pedidos, nossas solicitações, assim que soubemos do acidente e também depois, pra poder resgatar o corpo da Juliana e trazê-lo pro Brasil”, disse ele, visivelmente abalado.
O pai da jovem também demonstrou profunda gratidão a todos que demonstraram solidariedade durante esse momento extremamente difícil: “Muito obrigado, obrigado a todos, obrigado ao povo brasileiro, obrigado a quem pode nos ajudar, obrigado a quem louvou por nós. Gratidão eterna a todos vocês”.
“Faltou estrutura… e respeito com a vida humana”
Na sexta-feira, 4 de julho, Manoel chegou ao velório da filha visivelmente abalado. Em conversa com a imprensa, ele desabafou sobre o que viveu: “Eu saí daqui pra trazer minha filha viva. Não consegui… infelizmente ela chegou falecida”.
Ele também não poupou críticas à estrutura de resgate e emergência do local onde tudo aconteceu. “Trata-se de despreparo e descaso com a vida humana. Negligência pura. Um país que vive do turismo, que depende disso pra sobreviver, não pode tratar os visitantes com tamanha precariedade”, afirmou Manoel, indignado.
Segundo ele, o sistema de resgate local falhou completamente. O helicóptero que poderia ter ajudado no salvamento estava baseado na capital do país, Jacarta – bem longe da Ilha de Lombok, onde fica o Monte Rinjani. “Eles tavam dependendo do helicóptero de uma mineradora, que foi emprestado pra eles. Não tinha estrutura nenhuma ali, nem ambulância, nem nada”.
A imagem do drone e o resgate que não veio
Manoel ainda comentou sobre as imagens que circularam na internet, mostrando Juliana acenando para um drone, ainda com vida. Segundo ele, o vídeo causou uma falsa impressão. “Aquela primeira imagem de drone que aparece dela acenando, foi feita num ângulo que parece que a Juliana tá num platô. Mas não tava. Ela já tava numa ribanceira. Isolada. Machucada. Precisando de socorro urgente”, contou.
De acordo com Manoel, a Defesa Civil local só foi acionada horas depois do acidente, o que pode ter sido decisivo no desfecho trágico. “Se tivessem agido na hora que o diretor do parque recebeu a notícia, talvez… talvez o final seria outro. Mas demoraram demais. Quando foram ver, já era tarde”.
O caso de Juliana causou grande comoção nas redes sociais. Amigos, familiares e até desconhecidos se mobilizaram em campanhas para ajudar no traslado do corpo ao Brasil, além de pedidos por justiça e mais segurança para turistas brasileiros no exterior.
Juliana, que trabalhava como publicitária e amava viajar, deixa um legado de alegria, coragem e amor pela vida. Seu pai segue lutando por respostas – e por mudanças que possam evitar novas tragédias como essa.