Na última sexta-feira, dia 6, o mundo perdeu mais uma estrela da televisão. Marise Wipani, atriz e apresentadora conhecida principalmente por suas participações marcantes em Xena: A Princesa Guerreira e Hércules, faleceu exatamente no dia em que completava 61 anos. A notícia foi divulgada oficialmente na página do Facebook da própria Marise, num daqueles posts que a gente lê e para por uns segundos, meio sem acreditar.
A causa da morte, até o momento, não foi revelada. Segundo a publicação, Marise partiu “em paz, rodeada da família e amigos”. E mesmo sem muitos detalhes, já dá pra sentir que foi uma despedida serena, daquelas que todo mundo espera ter um dia. O post ainda trouxe uma citação comovente do filme Conduzindo Miss Daisy: “Ela só queria dizer… Eu me livrei desta vida mortal. Adeus, boa sorte, meu Deus”. Sabe aquela frase que parece simples, mas fica martelando na cabeça depois? Pois é.
Pra quem cresceu nos anos 90 ou pegou a reprise das séries nos anos 2000, lembrar da Marise é quase automático quando se pensa nos grandes momentos da televisão daquela época. Ela interpretou a rainha Kanae em Xena e deu vida à personagem Janista em Hércules – produções que marcaram gerações e tinham uma estética meio camp, meio épica, que virou moda por um tempo. Eram outros tempos, diga-se de passagem. A galera ainda esperava dar o horário certo na TV pra ver os episódios, e não tinha essa de maratonar tudo no fim de semana.
Mas a carreira dela não se limitou a esses dois papéis icônicos. Marise também teve destaque no drama britânico Soldado, Soldado, uma série que tratava da vida de militares com um tom mais humano e menos patriótico, algo bem diferente dos padrões da época. E ela também atuou em Came a Hot Friday, um filme neozelandês que, apesar de pouco conhecido por aqui, foi cultuado por lá. Dá pra dizer que ela transitava bem entre o drama e o cômico, sempre com uma entrega de cena muito natural.
Nascida na Nova Zelândia — país que também nos deu os Hobbits, o Taika Waititi e as paisagens mais surreais do cinema moderno — Marise conseguiu romper as fronteiras do seu país de origem e fez carreira internacional num tempo em que isso era bem mais complicado do que hoje. Sem redes sociais, sem streaming, sem o empurrãozinho de algoritmos.
Quem conviveu com ela ou acompanhava seus trabalhos nas redes sempre destacava o bom humor, a leveza e uma presença de palco que cativava. Era dessas figuras que não precisavam estar no centro da cena pra chamar atenção, sabe? E isso é raro.
Agora, com sua partida, fica aquela sensação agridoce: por um lado, a tristeza da perda. Por outro, o privilégio de termos tido a chance de vê-la em ação, de alguma forma, seja na tela pequena ou grande. Marise Wipani pode não ter sido uma superstar em termos de fama mundial, mas foi gigante em presença e talento.
E no fim das contas, talvez o que mais importa seja isso: o rastro de afeto e lembrança que alguém deixa. Marise se foi no dia do próprio aniversário — como se fechasse um ciclo com certa poesia, meio triste, meio bonita. Onde quer que esteja agora, tomara que esteja em paz.
Descanse bem, guerreira.