Claudia Jimenez estava alegre dentro e fora da TV. A risada dissoluta foi a marca registrada da atriz, que aos 63 anos foi vítima de complicações cardíacas e câncer no tórax.
Ela não era uma mulher vingativa, porém, quando foi demitida pelo elenco de “Sai de Baixo” no final da primeira temporada em 1996, nunca aceitou o tratamento que recebeu.
“Eu acho que eles têm todo o direito de me demitir. A sacanagem não foi a demissão, mas a maneira como as coisas foram feitas”, expôs na época ao ‘Jornal do Brasil’.
A personagem de Edileusa foi um sucesso, mas por trás dos encantos e bordões da empregada desta família imoderada de Arouche escondeu-se um artista descontente.
Sem papas na língua, a atriz passou a criticar a qualidade dos roteiros e reclamar dos apelidos pejorativos associados a uma figura gorda.
Os espectadores riram da zombaria, mas a atriz experimentou rejeição na infância e adolescência quando nenhum menino a queria.

Ignorada em sua afirmação, a humorista passou a colocar ‘estilhaços’ nas falas de Edileusa para provocar o chefe dos roteiristas, Claudio Paiva.
A atmosfera nos bastidores estava piorando. O diretor Daniel Filho se irritou com a atitude da famosa. “Meu grande erro foi tentar modificar as coisas com as quais eu não concordava”, admitiu Claudia ao ‘JB’. “Eu realmente fui insubordinada algumas vezes”.
Apesar de ter sido tirada de Sai de Baixo, ela continuou trabalhando na Globo, onde participou de outras atrações humorísticas e fez novelas.
Em 2018, foi convidada para filmar ‘Sai de Baixo – O Filme’. O elenco estava incompleto depois da morte por câncer de Marcia Cabrita, a empregada Neide.
Claudia Jimenez não aceitou a oferta. “Achei que tinha virado a página, mas, não, não superei”, alegou ao jornal ‘O Globo’.
O último trabalho da atriz foi a série cômica “Infratores”, exibida no “Fantástico” em 2018. Ela interpretou Bibiana, uma professora de autoescola com alunos indomáveis.
Seus maiores sucessos incluem Pureza do “Chico Anysio Show”, Cacilda da “Escolinha do Professor Raimundo” e Bina da “Torre de Babel”.