O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou cancelar uma reunião importante que teria nesta terça-feira, dia 1º de julho, na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília. O encontro seria com parlamentares e lideranças do partido, mas acabou sendo adiado por recomendação médica. O motivo? Uma forte crise de soluços acompanhada de vômitos que, segundo ele mesmo, o impediram até de falar direito.
“Por exigência médica não irei ao PL nesta terça-feira. Crise de soluços e vômitos me impedem de falar. Obrigado. Jair Bolsonaro”, foi o recado curto e direto que ele mandou aos colegas, conforme divulgado pela assessoria do PL ao portal Metrópoles.
Essa não é a primeira vez que o ex-presidente deixa de comparecer a compromissos nas últimas semanas por conta da saúde. No dia 20 de junho, por exemplo, Bolsonaro estava em um frigorífico em Goiânia (GO) e seguiria depois para um almoço em Anápolis. Porém, alegou uma indisposição súbita e acabou cancelando o compromisso de última hora. Fontes próximas dizem que ele já vinha se sentindo mal desde cedo naquele dia, mas insistiu até onde deu.
Mais recentemente, no dia 25 de junho (uma quarta-feira), durante uma entrevista à rádio Auri Verde, de Bauru (SP), ele apareceu visivelmente incomodado. Soluçava de forma constante durante a conversa ao vivo e, por conta disso, o apresentador decidiu encerrar o bate-papo antes do horário combinado. “A gente percebeu que ele não estava bem. Foi visível. Preferimos respeitar o momento”, disse um dos responsáveis pelo programa.
O ex-presidente tem explicado que essas crises estão relacionadas às complicações da facada que sofreu em setembro de 2018, durante a campanha presidencial. Desde então, passou por várias cirurgias — pelo menos quatro intervenções no intestino, além de procedimentos menores. E, ao que tudo indica, as sequelas ainda incomodam, principalmente em momentos de maior desgaste físico ou estresse.
Nos bastidores do PL, a ausência dele na reunião desta terça causou certo burburinho. Alguns parlamentares demonstraram preocupação com o estado de saúde do ex-presidente. Um deles, sob anonimato, afirmou que “não é só uma crise de soluço, tem algo mais aí”. A fala acabou repercutindo nos corredores de Brasília, onde a política nunca para.
Bolsonaro, mesmo afastado da presidência desde 2023, segue como figura central na direita brasileira. Seus aliados esperam dele uma participação mais ativa nas eleições municipais de 2024, seja em palanques, lives ou articulações internas. Mas essas ausências, especialmente por motivos de saúde, colocam uma pulga atrás da orelha de quem aposta no retorno dele com força total.
Vale lembrar que, apesar das críticas e polêmicas, Bolsonaro ainda mantém uma base fiel de apoiadores. Nas redes sociais, o vídeo da entrevista em Bauru, onde ele aparece soluçando, dividiu opiniões. Alguns manifestaram solidariedade, enquanto outros ironizaram a situação. Como sempre, o ambiente digital segue polarizado.
Até o momento, não há informações sobre exames mais detalhados ou se ele pretende se afastar temporariamente da agenda política para tratar da saúde com mais atenção. Porém, assessores próximos dizem que ele está “em observação” e que o médico pessoal recomendou descanso.
A expectativa agora é que Bolsonaro se recupere logo e consiga retomar seus compromissos. Até porque, goste-se dele ou não, o ex-presidente ainda é peça-chave no tabuleiro político nacional — e sua presença (ou ausência) mexe com as engrenagens de Brasília.