Vídeo: Piloto de balão surpreende ao revelar detalhes do grave acidente: ‘Horrível’

O piloto Elves de Bem Crescêncio, que estava no comando do balão que acabou pegando fogo e caindo em Praia Grande, no estado de Santa Catarina, decidiu contar publicamente sua versão do que aconteceu naquele dia trágico. O acidente, que deixou oito pessoas mortas e outras 13 feridas, chocou o Brasil inteiro. No programa Fantástico, exibido pela TV Globo neste domingo (22/06), Elves falou sobre os momentos de tensão antes e depois da decolagem.

“Esse balão é grande, bem grande mesmo. Ele aguenta até uns 1950 quilos de passageiros, então imagina a força que ele tem, é como se fosse um caminhão no ar, sabe?”, disse ele, visivelmente abalado, no vídeo. Segundo ele, naquele dia, dezenas de balões estavam se preparando pra subir ao céu — algo em torno de 40, 45 balões decolando mais ou menos ao mesmo tempo.

“Todo mundo tava decolando, aí eu pensei: dá pra ir, tá tudo certo”, comentou. Mas a situação mudou rápido. Muito rápido.

Só uns dois minutos depois de levantar voo, ele notou algo estranho: “Senti um cheiro de queimado dentro do cesto. Aí quando olho pra baixo, vejo que na capa do tanque de gás já tinha um início de fogo”. E foi aí que o desespero começou a tomar conta.

Elves disse que tentou conter as chamas com o pé, pisando mesmo, só que não deu resultado. Em seguida, pegou o extintor que, segundo ele, é obrigatório e sempre vai junto no balão. “Tirei o lacre, fiz tudo certo, só que na hora de apertar… não saiu nada. Nada mesmo, o pó não veio.” Uma falha grave e que pode ter custado muitas vidas.

Durante a reportagem, o Fantástico também mostrou imagens de dentro do balão, registradas por passageiros. As cenas são angustiantes: é possível ver as pessoas tentando desesperadamente apagar o fogo. Alguns usando roupas, outros com garrafas de água. Tudo em vão. A situação saiu totalmente do controle.

O piloto ainda contou o que fez quando percebeu que o pouso forçado era inevitável: “Na hora que tocou no chão, gritei pra todo mundo pular. Já não dava mais pra controlar o balão. Eu pulei, outras pessoas também pularam. Mas infelizmente teve gente que não conseguiu sair a tempo. O balão voltou a subir com essas pessoas dentro. Aí foi horrível, horrível mesmo”.

A investigação sobre o acidente segue em andamento. A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) já informou que o balão tinha autorização pra voar e estava com a documentação em dia. Ainda assim, esse detalhe do extintor falhar levanta muitos questionamentos. Será que houve negligência? Ou foi uma fatalidade?

Entre as vítimas, estavam turistas de várias partes do país, que tinham ido a Santa Catarina em busca de uma experiência única — e acabaram vivendo um pesadelo. Amigos e familiares das vítimas continuam em choque. Redes sociais foram tomadas por homenagens, desabafos e protestos pedindo mais rigor na fiscalização de voos comerciais com balões.

O caso lembra outros acidentes aéreos recentes em que pequenas falhas acabaram se transformando em grandes tragédias. Em tempos em que se discute tanto sobre segurança em passeios turísticos e esportes radicais, esse episódio serve como alerta — tanto pra empresas quanto pra passageiros.

E enquanto a investigação segue, o país tenta entender como algo que começou como um passeio bonito, com céu azul e vento calmo, terminou em uma das piores tragédias com balões já registradas no Brasil.

Confira: