Na última quinta-feira (13), Márcio André Nepomuceno Garcia, popularmente conhecido como MC Marcinho, recebeu a instalação de um coração artificial. Essa intervenção foi realizada para melhorar temporariamente sua condição clínica, enquanto aguarda um transplante de coração definitivo. O cantor, famoso pelo hit “Glamurosa”, encontra-se hospitalizado no Hospital Copa D’or, localizado no Rio de Janeiro, há 21 dias. Infelizmente, na segunda-feira passada, seu quadro de saúde apresentou uma piora significativa, exigindo a intubação. Desde então, ele tem passado por uma série de procedimentos médicos.
Há quase um ano, Marcinho, o cantor, passou por um procedimento para implantar um marca-passo devido a sua condição cardíaca. No entanto, antes disso, ele precisou receber suporte cardíaco através de um dispositivo chamado ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea).
O cantor sofreu uma parada cardíaca e recebeu atendimento imediato. Em seguida, ele desenvolveu uma disfunção ventricular grave, levando à utilização do dispositivo temporário ECMO. O ECMO é capaz de fornecer assistência circulatória ao coração e também pode ser usado para melhorar a oxigenação quando há deficiência nesse processo. No entanto, é importante ressaltar que essa intervenção não pode ser prolongada por muito tempo.
O processo médico de Marcinho é acompanhado por profissionais experientes, incluindo o professor Renato Bráulio, da Faculdade de Medicina da UFMG, e a cardiologista clínica, Dra. Jacqueline Miranda, que estão participando do mesmo simpósio.
Marcinho não é um paciente sob os cuidados do também coordenador de Transplante Cardíaco do Hospital das Clínicas (HC-UFMG). Por esse motivo, ele não pode fornecer detalhes específicos sobre o caso do cantor. No entanto, ele compartilha informações gerais sobre o procedimento realizado. Segundo o especialista, a equipe médica implantou em Marcinho um dispositivo popularmente chamado de “coração artificial”, embora essa terminologia não seja completamente precisa.
Segundo a explicação do médico, eles implantaram um dispositivo chamado CentriMag, que é utilizado para fornecer assistência ventricular prolongada. Esse dispositivo não pode ser considerado um coração artificial propriamente dito, mas sim um dispositivo que auxilia o coração doente.
Normalmente, o paciente pode utilizar o dispositivo por um período que varia de três a quatro meses. Durante o primeiro mês após o implante, a pessoa é colocada como máxima prioridade na fila de espera para o transplante cardíaco. Dessa forma, caso um coração compatível seja disponibilizado, o transplante é realizado, solucionando completamente o problema do paciente.
No Brasil, de acordo com informações do professor da UFMG, o uso do coração artificial é bastante limitado. Isso se deve ao fato de que esse dispositivo tem um custo elevado, variando entre R$ 500 mil e R$ 600 mil.
Os modelos mais comuns e amplamente utilizados em todo o mundo são o HeartMate e o Heart Where. Esses dispositivos são implantados internamente no corpo do paciente. Conectam-se os tubos ao coração, especificamente ao ventrículo esquerdo e à aorta. O HeartMate é posicionado abaixo da pele, próximo ao diafragma. Para manter o dispositivo funcionando, há um cabo que sai pela pele, permitindo que seja conectado a uma bateria que o paciente carrega na cintura o tempo todo. Vale destacar que, em alguns casos, é possível que o paciente continue a utilizar esse dispositivo pelo resto de sua vida sem necessitar de um transplante cardíaco.
A colocação desses dispositivos tem como objetivo principal preparar o paciente para um eventual transplante cardíaco. No entanto, em alguns casos, especialmente em pacientes mais idosos ou com doenças específicas que os desqualificam para o procedimento de transplante, eles acabam mantendo esses dispositivos como uma terapia permanente, ou seja, para o resto de suas vidas.
O médico ressalta que, graças aos avanços tecnológicos, os resultados alcançados com esses dispositivos têm melhorado significativamente e, em alguns casos, estão se aproximando dos resultados obtidos com o transplante. No entanto, ainda não é possível considerá-los equivalentes ao procedimento de transplante cardíaco.