A polícia de Dearborn prendeu um suspeito ligado ao caso da brasileira encontrada morta em uma rodovia nos Estados Unidos. Uma audiência sobre o caso ocorreu na sexta-feira (12) em Michigan.
Segundo a promotoria, Suzan Christian Barbosa Ferreira, de 42 anos, foi vista pela última vez na casa do homem preso antes de ser encontrada sem vida. As investigações revelaram que o GPS do celular do suspeito, um homem de 57 anos, indicou que ele seguiu o caminho até o local onde o corpo foi descoberto. Ele foi detido na terça-feira (9).
Em entrevista, Roberta Natiara, irmã de Suzan, disse que nunca soube da existência desse homem.
“Eu nunca ouvi falar neste homem, muito menos sabia que eles tinham algum tipo de contato. A gente espera que seja esclarecido o que aconteceu. Ela entrou na casa dele viva. Depois disso só foi encontrada morta. Se tiver sido ele, que pegue prisão perpétua”, desabafou.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 25 de julho.
Suzan, de 42 anos, era a filha do meio entre três irmãs e residia em Pedro Leopoldo, na Grande Belo Horizonte, junto com sua família.
Há seis meses, ela trabalhava na loja de produtos importados de sua irmã e cunhado. Em busca de fornecedores para o negócio da família, Suzan viajou para os Estados Unidos no início de junho. Esta foi sua primeira viagem internacional.
Roberta Natiara notou o desaparecimento de sua irmã quando percebeu que ela não respondia mais às chamadas de vídeo e não enviava mensagens. Foi então que a família decidiu procurar ajuda.
“A última mensagem foi quando ela disse que estava em um hotel e estava cansada, que iria tomar banho e descansar. Ela não tinha desavenças no Brasil, não usava drogas. Era a única [das irmãs] que tinha visto, por isso que fez a viagem”, explicou a irmã.
Suzan ficou desaparecida por uma semana até ser encontrada morta e sem roupas às margens de uma rodovia nos Estados Unidos, em 30 de junho. Segundo familiares, a polícia suspeita principalmente de um crime sexual.
Mãe de dois filhos – uma adolescente de 15 e um menino de 5 anos –, batalhadora e muito vaidosa. É assim que Roberta Natiara descreve a irmã.
“A gente sempre foi pobre. Para ajudar em casa, Suzan começou a trabalhar aos 13 anos. Era uma pessoa vaidosa, gostava de ser arrumar, alegre, tinha um jeito leve de viver. Era muito bondosa. Tirava dela para dar aos outros. Chegava a ser ingênua, boba. Por isso que acho que ela pode ter caído em algum golpe”, disse.
Para Irene Maria Barbosa, mãe de Suzan, não foi justa a forma como a filha morreu.
“É uma dor que eu não sei explicar. Nós duas éramos como duas irmãs, gente. Ela fazia muita coisa por mim. Quando eu estava doente, ela me levava pro médico. Era uma menina muito boa, coração muito bom, ajudava as pessoas, era muito querida. Era muito guerreira, não merecia passar por isso”, lamentou.
A família pede ajuda financeira para trazer o corpo da jovem ao Brasil. Conforme os parentes, os gastos com o transporte devem ficar em torno de R$ 100 mil.
“Os custos para trazer o corpo são altos e nossa família não dispõe desses recursos”, afirmou Roberta.
Por meio de uma nota, o Itamaraty informou que está ciente do caso e mantém contato com as autoridades locais e os familiares da cidadã brasileira para oferecer a assistência consular necessária. Em relação ao translado do corpo, o órgão esclareceu que, conforme a lei, o transporte não pode ser custeado com recursos públicos.