O motorista que dirigia o carro alegórico da escola de samba Em Cima da Hora, que imprensou e tirou a vida de Raquel Antunes da Silva, 11 anos, no Rio de Janeiro, escondeu informações em depoimento prestado à 6ª DP (Cidade Nova). Após ficar em estado grave e ter perdido uma das pernas, a criança acabou não resistindo aos ferimentos. O corpo da menina será sepultado às 14h deste sábado (23/4). O velório está previsto para começar às 11h no cemitério do Catumbi, no centro da cidade.
Em entrevista cedida ao G1, a delegada Maria Aparecida Mallet disse que o motorista teria dito que nenhuma criança — a não ser Raquel — brincou perto do carro alegórico. Porém, imagens de câmeras de segurança e o depoimento do coordenador de dispersão da Liga Independente do Grupo A (Liga-RJ), José Crispim Silva Neto, contraria o condutor.
Conforme com a reportagem, o motorista disse ainda na delegacia que não viu crianças em cima do carro, deu a partida e continuou com o reboque da alegoria. Câmeras de vídeo monitoramento, todavia, mostram o contrário, que naquele momento existia várias crianças no carro, não somente Raquel.

De acordo com o motorista, que não teve a sua identidade revelada, pessoas chegaram a gritar: “Para o reboque, tem uma menina em cima do queijo” e “tem criança em cima do carro” antes do carro da escola de samba Em Cima da Hora bater.
O crime está sendo investigado como homicídio culposo (sem intenção de matar). O carro envolvido na morte de Raquel foi apreendido pela Polícia Civil.
Na próxima segunda-feira (25/04) depoimentos de integrantes da empresa que ajudaram a retirar o carro alegórico . Os familiares de Raquel ainda serão foram ouvidos.
O caso
No decorrer de um ensaio das escolas de samba cariocas, na noite da última quarta-feira (20/4), Raquel Antunes da Silva foi imprensada por um carro alegórico na Sapucaí, no Rio de Janeiro. A criança chegou a ter uma das pernas amputadas.
A criança teve o primeiro atendimento ainda no posto médico da Sapucaí, porém, precisou ser transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Diante o grave estado de saúde, ela precisou se submeter a uma cirurgia. Todavia, após 36 horas, Raquel não resistiu.