Lutador de MMA morre após ir a morro tentar recuperar moto roubada no Rio

Diego Braga Alves subiu no Morro do Banco, na comunidade da Muzema; região é disputada entre traficantes e milicianos

A comunidade do MMA e dos esportes de combate foi abalada nesta segunda-feira, 15, com a triste notícia do falecimento do lutador e professor Diego Braga Alves, de 44 anos. O último contato de Diego foi pela manhã, quando clamava por ajuda nas redes sociais para recuperar sua moto que tinha sido furtada. Esse pedido de socorro tornou-se a última pista de um enigma que levou Diego ao Morro do Banco, na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, onde seu paradeiro se tornou desconhecido.

O desfecho dessa tragédia começou com um post por volta das 11h, no qual Diego compartilhou uma foto de sua moto e as informações da placa. Ainda mais angustiante foi o relato visual do momento exato em que seu veículo foi furtado na garagem do condomínio onde residia. Esse incidente desencadeou uma série de eventos que culminaram na sua ida até o Morro do Banco.

A situação ganhou contornos ainda mais sombrios quando seu filho, também lutador, Gabriel Braga, concedeu uma entrevista ao portal g1. Gabriel descreveu a demora incomum do pai e como, ao perceberem sua ausência, amigos de Diego tentaram acessar o morro. No entanto, foram instruídos a descer, em meio a uma região marcada pela tensão entre traficantes e milicianos.

“Agora há pouco, um amigo ligou para tentar liberar o corpo, e eles falaram que colocaram o corpo em uma praça. Mas quando chegamos lá, a polícia já estava lá e não deixaram ninguém subir”, disse Gabriel. Essa narrativa adiciona uma camada de complexidade ao caso, levantando questionamentos sobre a segurança na região e a natureza do incidente que levou à morte do lutador.

A região do Morro do Banco tem sido palco de uma intensa disputa entre traficantes e milicianos, fatores que, infelizmente, parecem ter se entrelaçado com a tragédia que se abateu precocemente sobre Diego Braga. O Terra buscou informações junto às assessorias da Polícia Civil e da Polícia Militar, mas até o momento não obteve retorno, deixando a comunidade do MMA e a sociedade em geral à espera de esclarecimentos sobre as circunstâncias desse triste episódio.

Vale ressaltar que Diego Braga era uma figura respeitada no cenário das artes marciais, desempenhando o papel de lutador e professor na Tropa Thai, academia no Rio de Janeiro. A repercussão de sua morte levou à suspensão das aulas na academia durante a tarde desta segunda-feira, evidenciando o impacto que sua partida súbita teve na comunidade esportiva local.

Este triste desfecho não apenas deixa um vazio na vida daqueles que conheciam Diego Braga Alves, mas também lança luz sobre as complexidades e desafios enfrentados por muitas comunidades urbanas no Brasil, onde a violência e a insegurança ainda são realidades preocupantes. Resta agora aguardar as investigações para entender as circunstâncias que levaram à morte deste respeitado lutador e professor, enquanto a comunidade do MMA lamenta a perda de um de seus membros.