No cenário recente, a notícia de que a renomada atriz Larissa Manoela pretende repassar sua considerável fortuna de R$ 18 milhões aos seus pais, Silvana e Gilberto, trouxe à tona questões legais que podem impactar essa decisão. Embora pareça uma demonstração de afeto e confiança por parte da artista, o detalhe de que ela era menor de idade quando alegadamente adquiriu essa fortuna traz à tona um debate sobre a viabilidade e legalidade de tal doação. Neste artigo, exploraremos os aspectos legais em jogo e as implicações que podem influenciar o desejo de Larissa Manoela de compartilhar sua riqueza com seus pais.
A Fundamentação Legal e a Questão da Maioridade
O fato de Larissa Manoela ter sido menor de idade durante o período em que acumulou sua fortuna tem implicações significativas. Durante essa fase, ela não tinha o direito legal de administrar seus próprios bens, e seus pais atuavam como seus representantes legais. Isso é uma prática comum quando se trata de menores, uma vez que a lei considera que eles não têm a maturidade e discernimento necessários para lidar com assuntos financeiros complexos.
O Código Civil estabelece claramente que menores de idade não podem praticar atos que envolvam a vida civil, o que inclui administrar propriedades substanciais ou tomar decisões financeiras de grande relevância. Portanto, enquanto Larissa era menor, seus pais eram legalmente responsáveis por cuidar e administrar sua fortuna.
O Desafio da Maioridade e a Revogação da Autoridade dos Pais
Ao atingir a maioridade, Larissa Manoela ganhou o direito legal de tomar decisões relacionadas à sua vida civil e administrar seus próprios bens. O papel de seus pais como representantes legais chegou ao fim nesse momento. Isso levanta a questão crucial de se a atriz pode ou não seguir adiante com sua intenção de doar sua fortuna aos pais.
A Opinião da Especialista em Direito
Antília Reis, uma advogada especialista em assuntos relacionados a vulneráveis, apresentou sua opinião sobre o assunto. Ela observou que, apesar de Larissa Manoela ser a proprietária de seus bens, mesmo quando menor, não tinha a capacidade legal de administrá-los. Antília Reis também apontou que, se certas regras não forem respeitadas, a doação da atriz pode ser invalidada de acordo com o artigo 548 do Código Civil.
O artigo 548 estabelece que a doação de todos os bens sem a reserva de parte ou renda suficiente para a subsistência do doador pode ser anulada. Isso significa que, caso Larissa Manoela não tenha meios de subsistência adequados após a doação, a ação poderia ser considerada nula de acordo com essa lei.
A Possibilidade de Reverter a Decisão
Outra consideração importante é que Larissa Manoela ainda pode voltar atrás em sua decisão de doar sua fortuna, desde que não tenha formalizado nada em documentos legais. Isso sugere que, se a atriz perceber os desafios e riscos legais envolvidos na doação, ela poderá reconsiderar sua decisão sem que isso a deixe vinculada legalmente.
A intenção de Larissa Manoela de doar sua fortuna de R$ 18 milhões a seus pais, embora seja um gesto de generosidade e confiança, levanta questões legais complexas devido à sua menoridade durante o período em que acumulou essa riqueza. A maioridade, estabelecida pelo Código Civil, concede-lhe o direito de administrar seus próprios bens, e a validade da doação pode depender de diversos fatores legais, como a reserva de meios de subsistência. A opinião de especialistas em direito, como Antília Reis, oferece uma visão valiosa sobre os desafios e riscos envolvidos nessa transação. No final, Larissa Manoela tem a opção de reconsiderar sua decisão, caso perceba que os desafios legais superam seus objetivos altruístas.