Jovem descobre câncer de cólon após começar a arrotar 10 vezes por dia

Após começar a arrotar frequentemente, cerca de até 10 vezes por dia, uma jovem faz a descoberta de que está sofrendo de câncer de cólon em estágio já avançado, de acordo com os resultados de seus exames médicos.

Bailey Mcbreen, uma jovem norte-americana de 25 anos de idade, fez uma descoberta ao perceber que sintomas que são aparentemente comuns do dia a dia – como arrotos – estavam relacionados a um câncer de cólon em estágio já avançado. Durante uma viagem com o seu noivo no ano de 2021, Bailey começou a arrotar de cinco a dez vezes por dia, algo que anteriormente ela raramente experimentava. Ela compartilhou com o tabloide britânico Daily Mail: “Estávamos brincando sobre eu arrotar nas férias, porque eu nunca conseguia fazer isso.”

Após consultar um médico, o casal inicialmente atribuiu os sintomas da mulher à ansiedade que estava relacionada ao planejamento do casamento dos seus sonhos. Mesmo sem outros sinais alarmantes, a jovem continuou sua vida normalmente até janeiro deste ano, quando os arrotos começaram a ser acompanhados por episódios de vômito e também de náuseas.

“Era um período em que eu estava muito ocupada e preocupada com os preparativos para a festa de noivado. No entanto, após a festa, percebi que não havia ido ao banheiro há alguns dias, o que não era uma ocorrência comum para mim. Ao longo da semana, meus sintomas começaram a piorar progressivamente. Experimentei dores abdominais intensas, cólicas e náuseas, e não conseguia reter os alimentos no estômago.”

Devido à sua profissão, que é enfermeira, ela rapidamente considerou a possibilidade de que os sintomas estivessem relacionados a uma obstrução intestinal. A persistência da mãe de Bailey também a levou a buscar atendimento hospitalar, onde ela foi submetida a uma tomografia computadorizada.

“Há dez minutos, informaram-me sobre a presença de uma massa no cólon, expressando a suspeita de ser câncer, a menos que se demonstre o contrário.” Logo após, ela foi admitida no hospital e passou por exames adicionais, os quais revelaram que o câncer já havia progredido para o estágio três.

O plano de cuidados de Bailey envolveu uma intervenção cirúrgica para a remoção do cólon e também dos gânglios linfáticos, seguida por 12 semanas de sessões de quimioterapia. No presente momento, ela aguarda os desfechos dos novos exames, que irão determinar a necessidade de procedimentos cirúrgicos adicionais ou a inclusão de terapia de radioterapia.

Você já se deparou com essa afirmação de que o intestino é frequentemente chamado de nosso “segundo cérebro”? Sem exageros, existe de fato uma interligação crucial entre essas duas partes do corpo humano que desempenha um papel fundamental na manutenção da nossa saúde. O médico que integra o Departamento de Gastroenterologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), Dr. Ricardo Barbuti, oferece uma explicação:

“Tanto o cérebro quanto o intestino têm uma origem embrionária comum, derivando da mesma célula, o que os leva a compartilharem uma conexão profundamente íntima”. Essa conexão pode se manifestar por meio de vias nervosas ou circulatórias, por exemplo. No entanto, é certo que qualquer alteração nessa conexão resultará em impactos na saúde humana.

A profissional em nutrição clínica esportiva e vigilância sanitária na Estima Nutrição, Edvânia Soares, destaca que o intestino exerce um papel fundamental na geração de neurotransmissores (mensageiros químicos que transmitem informações às células) e hormônios, os quais têm um impacto direto no bem-estar geral e no peso corporal. Ela ressalta: “Quando ocorre irritação no intestino, é comum observar um aumento na frequência das evacuações, resultando automaticamente em perda de peso”.

Adicionalmente, a redução na produção de neurotransmissores também afeta a maneira como a pessoa reage à perda de peso, pois na ausência de um equilíbrio na produção, podem surgir sintomas de indisposição. Edvânia Soares explica: “A conexão entre o cérebro e o intestino é vital para regular a sensação de fome e saciedade, a produção de diversos hormônios intestinais e tem influência direta no nosso metabolismo. Isso nos leva a comer mais ou menos, resultando em ganho ou perda de peso”, como observado pelo Dr. Barbuti.