Luana Rocha, jovem catarinense, viveu neste último sábado (21) o tipo de momento que ninguém deveria passar. Filha de Everaldo da Rocha e Janaína Moreira, ela perdeu os pais num acidente com balão de ar quente em Praia Grande, no sul de Santa Catarina. O casal estava entre as oito vítimas fatais do trágico acidente que chocou a região e ganhou repercussão nacional.
Em uma postagem comovente nas redes sociais, Luana contou que também estava no voo e sobreviveu por pouco. Segundo ela, conseguiu saltar da aeronave instantes antes do balão ser tomado pelo fogo. “Consegui pular. Não sei como… mas consegui. Meus pais não tiveram a mesma sorte”, escreveu ela num trecho curto, mas devastador.
O relato da jovem bate com a versão do piloto, que afirmou ter feito uma tentativa de pouso de emergência quando o incêndio começou no cesto do balão. A bordo, estavam 21 pessoas. Com a manobra, 13 passageiros, incluindo Luana, conseguiram se jogar para fora e escaparam com vida. No entanto, esse alívio repentino de peso fez com que o balão ganhasse altitude novamente, subindo de forma descontrolada – levando consigo os que ficaram presos na estrutura.
Everaldo e Janaína, pais de Luana, estavam entre esses que não conseguiram sair a tempo. O fogo se espalhou rápido, e não houve o que pudesse ser feito. Um dos sobreviventes ainda comentou que tentou usar um extintor para conter as chamas, mas o equipamento teria falhado, o que levanta suspeitas sobre a segurança do voo. A Polícia Civil e técnicos da Aeronáutica estão investigando os detalhes e prometeram divulgar novas informações nos próximos dias.
Nas redes, Luana também publicou uma foto ao lado dos pais, com a legenda: “Pra sempre! Eternamente! Nós três.” A imagem, simples mas cheia de significado, rapidamente recebeu milhares de mensagens de apoio e solidariedade. Em outro desabafo, mais dolorido ainda, ela escreveu: “Vocês eram tudo pra mim.” É o tipo de dor que não cabe em palavra nenhuma.
O velório do casal acontece neste domingo (22), em Joinville, no Cemitério Parque Jardim das Flores, cidade onde moravam há vários anos. Familiares, amigos e vizinhos estiveram presentes para dar o último adeus ao casal, descrito como alegre, amoroso e muito presente na vida da filha.
O acidente reacendeu discussões sobre a segurança de voos turísticos em balões, especialmente no sul do país, onde essa prática tem se tornado comum. Muita gente comentou nas redes que já fez voos parecidos e nunca pensou nos riscos. Outros lembraram de um incidente parecido que aconteceu no interior de São Paulo há poucos meses, em que um balão também enfrentou problemas técnicos. Ainda não se sabe se há ligação entre os casos, mas a coincidência preocupa.
É difícil encontrar palavras certas em momentos como esse. Luana sobreviveu, sim, mas agora precisa lidar com uma perda impossível de medir. Sobreviveu não por sorte – talvez por instinto, por impulso, por milagre, vai saber. E agora carrega a missão de seguir adiante com a memória dos pais no coração. Um passo de cada vez.
As investigações seguem. Mas para quem perdeu alguém naquele balão, nenhuma explicação vai preencher o vazio que ficou.