Dani Calabresa compartilhou os motivos pelos quais a denúncia que ela fez contra Melhem foi arquivada pelo Ministério Público, expressando a sua consternação com o desfecho.
Nesta última quarta-feira, 9, a atriz Dani Calabresa esclareceu as razões pelas quais suas acusações contra Marcius Melhem foram arquivadas pelo Ministério Público. Em um comunicado compartilhado em suas redes sociais, a artista revelou que ambas as alegações não puderam ser levadas adiante devido à prescrição dos supostos crimes.
“Especificamente no meu caso, as acusações eram duas: uma por assédio e outra por importunação, que é uma infração ainda mais grave. No entanto, a situação de importunação ocorreu no ano de 2017, e somente no ano de 2018 essa conduta foi oficialmente classificada como crime. Quanto ao assédio, infelizmente, já transcorreu o prazo de prescrição”, esclareceu a atriz.
Ela também expressou contentamento em relação à escolha do Ministério Público de acusar o antigo líder do departamento de humor da Globo, fundamentando-se nos relatos de outras colegas atrizes. “O ponto crucial, tanto para mim quanto para todas as mulheres que bravamente compartilharam suas experiências, é que o assédio foi oficialmente reconhecido pelo Ministério Público”, declarou.
Anteriormente, o UOL divulgou que duas atrizes apresentaram denúncias contra o humorista, resultando no indiciamento de Melhem. A primeira delas é Carol Portes, que relatou em abril ter sofrido assédio enquanto era integrante do programa humorístico “Tá No Ar”, um dos mais populares na área. Seu depoimento foi registrado na Delegacia da Mulher também em abril.
O segundo testemunho que fundamentou o processo foi dado pela atriz Georgiana Góes. Ela também foi ouvida pelas autoridades judiciais, que consideraram que houve comportamento inadequado por parte do ex-diretor do núcleo de humor da emissora.
Após a denúncia feita pelo Ministério Público, a equipe de defesa de Marcius Melhem emitiu um comunicado. Eles expressaram preocupação com a substituição da promotora antes da continuação do processo, especialmente após a fase de coleta de evidências.
“A escolha inapropriada de uma promotora sem envolvimento nas investigações, em uma clara violação ao princípio do promotor natural – uma questão séria que já foi levada ao Supremo Tribunal Federal – resultou, conforme previsto, em uma denúncia confusa e desconectada dos fatos e das provas. A denúncia acusa Marcius Melhem de assédio contra três das oito supostas vítimas, sem levar em consideração os elementos do Inquérito Policial. No momento apropriado, a defesa do ex-diretor contestará vigorosamente essa acusação absurda, mantendo a confiança no sistema judiciário e na esperança de que a juíza possa tomar a decisão de não dar sequência ao processo, conforme previsto pela lei.” A nota é assinada pelos advogados Ana Carolina Piovesana, José Luis Oliveira Lima, Letícia Lins e Silva, e Técio Lins e Silva.
Em resposta, Melhem declarou: “Vocês já viram alguma entrevista da Dani Calabresa onde ela diz ‘eu quero que o meu caso seja levado a julgamento’? Muito pelo contrário, em suas entrevistas ela afirmava ‘para mim, não era necessário chegar a este ponto; eu estava satisfeita que a Globo tinha reconhecido uma conduta inadequada da parte dele’. Agora ela se refere a essa ‘conduta inadequada’, porque a posição da Globo é de que não houve assédio”, comentou o ex-diretor da emissora.
Marcius Melhem expressou satisfação com o momento em que o processo foi arquivado. “Ela não possui base para me rotular como assediador. É um equívoco afirmar que sou assediador, uma vez que nem a própria Globo endossa essa afirmação, e o Ministério Público não prosseguiu com o seu caso. Portanto, a senhora precisa lidar com a consciência de que não é justificável me acusar de assédio. Eventualmente, tudo virá à tona, pois em algum momento essas questões se tornarão públicas: as inverdades, inconsistências e incoerências presentes na sua acusação. Muitos já testemunharam parte do cenário, e mais ainda testemunharão. Rejeito categoricamente a descrição de assediador; aliás, estou movendo um processo contra a senhora na esfera cível, em São Paulo, justamente por esse motivo. As alegações que a senhora faz são falsas.”