O músico Tony Bellotto, de 64 anos, revelou recentemente que foi diagnosticado com câncer no pâncreas. A notícia pegou muitos fãs de surpresa, já que o guitarrista dos Titãs sempre demonstrou energia nos palcos. No último dia 3 de março, ele compartilhou detalhes sobre sua condição de saúde e, na segunda-feira (10), fez questão de agradecer as inúmeras mensagens de apoio que recebeu desde então.
Bellotto, que passará por uma cirurgia e se afastará temporariamente dos palcos, usou as redes sociais para expressar sua gratidão. “Agradeço as mensagens de apoio e carinho, não só aqui no Instagram, mas de todos que estão me enviando palavras de conforto, sabedoria e incentivo. Amigos, família, fãs, simpatizantes. Isso me faz mais feliz e positivo”, escreveu.
Entre os agradecimentos, uma menção especial foi feita à sua esposa, a atriz Malu Mader. “Agradeço principalmente a Malu, minha amada, que está SEMPRE ao meu lado, com um sorriso no rosto”, declarou, publicando uma foto ao lado da atriz, com quem é casado desde 1990.
Os desafios emocionais do câncer
O diagnóstico de um câncer traz não apenas desafios físicos, mas também emocionais. Medo, incerteza, ansiedade e dor se tornam companheiros constantes durante o tratamento. Não é raro que pacientes enfrentem episódios de depressão ou precisem de suporte psicológico para lidar com a nova realidade.
No caso de Bellotto, além do apoio dos fãs e da família, o tratamento pode contar com recursos alternativos que ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Um desses recursos, que vem ganhando espaço no meio médico, é o uso da cannabis medicinal.
A cannabis medicinal como aliada no tratamento
A cannabis medicinal tem sido estudada e utilizada como uma ferramenta complementar para o alívio de sintomas em pacientes oncológicos. Segundo a psicóloga Maria Klien, especialista em ansiedade e qualidade de vida, a planta pode auxiliar no controle de sintomas como dor crônica, náusea e perda de apetite, que costumam ser comuns em quem passa por tratamentos como quimioterapia e radioterapia.
“A cannabis medicinal pode atuar como um bálsamo para a mente e o corpo”, explica Klien. “Muitos pacientes relatam uma redução significativa do medo e uma melhora no bem-estar geral, recuperando até mesmo o prazer em viver, algo essencial para quem está enfrentando uma doença tão desafiadora.”
Como a cannabis medicinal age no organismo?
A explicação para os benefícios da cannabis medicinal está no seu impacto sobre o sistema endocanabinoide do corpo humano. Esse sistema é responsável por regular funções essenciais, como sono, humor, apetite e resposta à dor. Os principais compostos da planta, o THC (tetra-hidrocanabinol) e o CBD (canabidiol), interagem diretamente com esse sistema, proporcionando efeitos terapêuticos.
• Alívio da dor: O THC atua nos receptores do cérebro responsáveis pela sensação de dor, reduzindo sua percepção. Já o CBD, que não tem efeitos psicoativos, possui propriedades anti-inflamatórias que auxiliam no controle da dor crônica.
• Redução da náusea e melhora no apetite: Pacientes em tratamento oncológico costumam sofrer com enjoos e perda de apetite, o que pode levar à desnutrição. O THC estimula o apetite e pode ajudar a manter o peso.
• Melhoria na qualidade do sono: Muitos pacientes relatam insônia e dificuldades para dormir devido ao desconforto do tratamento. A cannabis medicinal pode ajudar a relaxar o corpo e proporcionar um sono mais profundo e reparador.
O uso da cannabis no Brasil
No Brasil, o uso medicinal da cannabis tem avançado, mas ainda enfrenta desafios burocráticos. Atualmente, pacientes podem conseguir autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar medicamentos à base da planta ou comprá-los em farmácias autorizadas. Além disso, há iniciativas para regulamentar o cultivo controlado para fins terapêuticos, o que pode tornar o acesso mais fácil e barato no futuro.
Para quem enfrenta doenças graves, como o câncer, a busca por tratamentos alternativos que tragam mais conforto e bem-estar é essencial. No caso de Tony Bellotto, independentemente das escolhas médicas, ele seguirá contando com o carinho e o apoio incondicional dos fãs, amigos e familiares nessa batalha.
A notícia de sua doença foi um choque, mas também uma oportunidade para abrir discussões sobre o acesso a tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida de pacientes oncológicos. Enquanto isso, o guitarrista segue sua jornada com o mesmo espírito resiliente que sempre demonstrou em sua carreira.