Ciclista encerra a carreira após perder para trans: “Vantagem óbvia”

A decisão da ciclista americana Hannah Arensman em se aposentar do ciclismo devido à entrada de mulheres transgênero nas corridas tem gerado debate em todo o mundo. Enquanto algumas pessoas defendem que mulheres trans devem ser permitidas a competir em eventos esportivos femininos, outras acreditam que isso pode criar uma desvantagem injusta para as mulheres biológicas.

Hannah Arensman, que competiu desde muito nova para se tornar uma piloto de ciclocross de elite, afirma que as legislações esportivas femininas não estão mais protegendo as mulheres para garantir uma competição justa. Em sua última corrida, no Campeonato Nacional UCI Cyclocross na categoria feminina de elite em dezembro de 2022, Arensman ficou em quarto lugar entre duas mulheres trans.

“Decidi encerrar minha carreira no ciclismo. Na minha última corrida, no recente Campeonato Nacional UCI Cyclocross na categoria feminina de elite em dezembro de 2022, fiquei em quarto lugar, ladeada de ambos os lados por pilotos masculinos premiados com terceiro e quinto lugares. Minha irmã e minha família choraram ao ver um homem terminar na minha frente, tendo testemunhado várias interações físicas com ele durante a corrida” disse bastante revoltada.

A atleta disse que se sentiu profundamente irritada, desapontada, negligenciada e humilhada após a derrota. Ela afirmou que “à medida que isso se tornou mais uma realidade, tornou-se cada vez mais desanimador treinar tanto quanto eu apenas para perder para um homem com a vantagem injusta de um corpo androgenizado que intrinsecamente dá a ele uma vantagem óbvia sobre mim, não importa o quanto eu treine”.

De acordo com a Fox News, a legislação nos Estados Unidos procura manter estudantes-atletas transgêneros em todos os níveis de competição para jogar contra aqueles com o mesmo gênero biológico em vez do gênero com o qual se identificam. Uma liminar foi dissolvida em janeiro, quando um juiz federal decidiu que a lei não violava as proteções do Título IX, mas o Tribunal de Apelações do 4º Circuito dos EUA decidiu restabelecer uma liminar.

Arensman, ao lado de outros 66 atletas, treinadores e familiares, solicitou a anulação da liminar da Suprema Corte. Ela considera que mulheres biológicas não têm mais possibilidade de disputar com a presença de mulheres transgênero. “No futuro, sinto pelas meninas aprendendo a competir e que estão crescendo em uma época em que não têm mais chances justas de serem as novas recordistas e campeãs do ciclismo porque os homens querem competir em nossa divisão”, lamentou.

O debate sobre a participação de mulheres trans em esportes femininos é complexo e envolve questões de identidade de gênero, igualdade e justiça esportiva. Algumas organizações esportivas têm implementado políticas para permitir que mulheres trans compitam em eventos femininos, desde que cumpram certos critérios, como o tempo de terapia hormonal. No entanto, essa questão ainda não está resolvida e continua sendo objeto de debate em todo o mundo.

Algumas pessoas argumentam que a inclusão de mulheres trans em esportes femininos é necessária para promover a igualdade e a inclusão. Elas afirmam que as mulheres trans enfrentam discriminação e exclusão em muitas áreas da vida, incluindo o esporte, e que a participação em eventos femininos é um direito fundamental.